sexta-feira, 28 de maio de 2010

Lunática.


A chuva vai caindo na cidade e o vento frio provocava certo arrepio na face em quem passava por ali. Era noite e as luzes da cidade iluminavam o mais belo cenário. As luzes dos carros eram facilmente confundidas com as luzes das casas, dos prédios e dos semáforos.

Era difícil enxergar as pessoas passando na rua, pois a chuva e o frio eram intensos e não davam descanso algum. Mas eu gostava disso. Na verdade, eu sempre fui considerada estranha por achar beleza no inverno ou nos dias de chuva. Ou, quando os dois — para minha felicidade e infelicidade dos outros — resolviam se encontrar juntos. Eu claro, pouco me importava com o que diriam as outras pessoas queria e contava os dias para quando chegavam às duas estações frias do ano.

Quem visse aquela garota no meio da chuva, andando pela rua àquela hora da noite, poderia pensar que em estado normal ela não estava. E eu, sabia que os que não eram, eram os outros, por não apreciarem esse espetáculo. Nunca houve uma concordância entre os meus gostos e os das outras pessoas. Pelo menos as que conviviam comigo.

Por um lado eu achava isso bom, era bom gostar de coisas que tinham significado somente para mim. Era meu frio, meus filmes, meu nariz vermelho, minha alegria ao sentir o vento gelado em mim. E ponto. Assim estava bem. E por outro era ruim estar sempre fora dos assuntos, não que eu fizesse questão de tagarelar horas a fio com alguém, mas não era do meu gosto parecer com alguém que o gato havia comido a língua.

Mas aonde eu quero chegar com essa ladainha barata, não é mesmo? Não falei de sentimento algum, de tragédia ou final feliz algum agora até agora e isso deve estar irritando você. Ou não, não sei. Não o conheço para ter real certeza.

Frio e chuva são coisas que geralmente as outras pessoas querem passá-lo tendo um alguém para dormir abraçado. Eu não tenho e não sinto falta, pelo menos ainda não. Na verdade seria bom se nós falássemos um pouco de solidão. Minha melhor amiga há muito tempo vêem sendo essa solidão. E não que ela seja uma amiga boa, mas às vezes não nos são dadas opções maiores. Mas farei aqui uma confissão, eu até gosto dela. É difícil acreditar em mim falando desse modo, eu sei.

Não sei mais o que escrevo aqui e não sei o rumo que tudo isso tomou, mas não são todas as coisas na vida que tomam o rumo que queremos e disso, eu sei bem. Tanto tempo vivendo sempre a mesma história e ainda não me acostumei. Preciso de paciência e um ponto de esperança, aquela luz no fim do túnel, quem sabe. Quem sabe. Acho que esse foi o texto mais estranho que eu já escrevi.

Imaginem vocês, estou sentada olhando a chuva cair e desejando estar embaixo dela, devaneando uma imagem minha nessa noite escura e fria, uma imagem que me coloca no meio da rua, com tanta alegria contemplando a chuva. E ficam somente em imaginação e fantasia. Mas tudo que loucamente aqui registro fazem parte de alguma parte de mim que pede por socorro urgentemente. Talvez esse texto tenha servido de um desabafo ou apenas não tenha passado de um louco sonho.

Só sei que ao acordar eu vou estar melhor e ainda estará fazendo o frio que tanto me faz bem. Essa é minha única certeza.

Um comentário:

  1. Adorei teu blog, os textos, muito bom!! mas se der tu podia mudar a cor da letra! a vista doi tem h q fica impossivel ler! Beijos

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