segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo, gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça.. ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário... por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

E por um minuto, tá, um não, e por alguns minutos que por tamanha emoção não pude contar desejei ter tudo de volta. A mãozinha que vinha de encontro com a minha; ou o sorriso que dispertava em mim a maior alegria do mundo. Mas aí eu já desconheço tudo, desconheço todos, desconheço você, desconheço a alegria. E o mundo? O mundo parou. O de todos prossegue, então, quando eu te vejo, quando os meus olhos vão de encontro a você por instantes, por minutos, o meu mundo para, e é nessa hora que eu vejo o quanto eu anseio por algo que me faça ir adiante, sem ver o mundo parar, sem desconhecer a alegria que eu encontrava em você.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mais Uma de Amor Para Quem Não Ama

Ele me espera no restaurante das árvores. Diz que até o garçom já sabe que eu sou como sou, de tanto que ele não tem outro assunto. Ele me espera, pede mais pãezinhos, ensaia um bom vinho para mim, limpa o suor da cara no guardanapo. E vai esperar por toda a noite.
Mal sabe ele que acabo de responder a uma mensagem de texto dizendo que vou chegar em minutos. Ele me espera com a porta do banheiro aberta, enquanto esfrega seu centro num ato de pureza. Ele quer sacanagem comigo, mas daquele tipo de sacanagem pura com direito a perguntar baixinho "tá doendo"?
Não muito longe dali ele se prepara para sair com os amigos, seus amigos tão deliciosos quanto ele. Passa o mesmo perfume que eu, mas na versão masculina. Seu charme está em ter transformado a sua dor em ironia. Adoro pessoas sofridas. Adoro o ódio medroso e óbvio das pessoas sofridas. Talvez amanhã a gente possa se odiar juntos, num ato de sinceridade livre e animal perante tantos amores pálidos pela cidade corretinha. A cidade corretinha que faz bodas disso e bodas daquilo, mas se entope da porra do Prozac, mas se entope da porra do canal de sexo com aquelas mulheres de sobrancelha desenhada. Mas se entope da porra da opinião dos outros sobre o que é ter chegado lá. Ninguém chega a porra de lugar nenhum.
Mas eu chego, e estaciono meu carro lá dentro, como se fosse dona do pedaço. Ao menos por algumas horas eu serei dona de um pedaço que agora é esfregado no banho em mais um ato de pureza. A sacanagem óbvia é muito mais pura que o ódio envergonhado das bodas disso e das bodas daquilo.
Ele pede a conta e vai embora. Jantou sozinho, o coitado. Se tenho pena? Nenhuma. Nenhuma. Cavoco meu ser até quase me virar do avesso para resgatar um pouco de bonitinho em minha alma, mas descubro que não tenho nenhuma pena dele. Não gosto de quem não amo e ponto final.
Ele encontra os amigos deliciosos e vai ganhar a noite. Se perde muito para tal. Mas ganha alguma coisa sim, sempre se ganha alguma coisa. Talvez uma rinite alérgica ou um buraco no peito. Mas sempre se ganha alguma coisa na noite.
Eu espero comportada do lado de fora enquanto ele termina de se esfregar. Sei da bucha porque sua pele chega quente e vermelha. Tenho vontade de colar minhas veias na dele para que meu sangue ganhe aquele mesmo movimento. Desde que ele me contou numa noite besta que queria salvar o mundo e isso não me soou mais um papinho furado sobre salvar o mundo, fiquei assim. Tenho vontade que meu sangue e o dele passeiem juntos.
Nós vamos mais uma vez nos olhar querendo transar até amanhã, mas vamos apenas assistir à novela e tentar adivinhar as falas. Nós vamos mais uma vez querer atravessar as ruas de mãos dadas, mas vamos brincar de dar ombradas um no outro. Eu prefiro morrer sua amiga do que quebrar algum elo misterioso e te perder para sempre. Te perder como sempre.

Ele escuta uma dessas músicas da modinha ao estilo Madeleine Peyroux antes de dormir e tenta entender qual é o meu problema. Será que eu não fui porque ainda sofro por aquele amor mal resolvido? Será que eu não fui porque tenho medo do amor? Será que eu não fui porque tenho medo de sofrer? Ahhh, os homens apaixonados. Ainda mais burros que as mulheres que acreditam na dor irônica. Eu não fui apenas por uma razão: eu não gosto de quem eu não amo e fim de papo.
Tiro o carro da garagem dele e corro para encontrar o outro e seus amigos deliciosos. Ele tem braço de estivador e tem um buraco entre o começo da perna e o fim do tronco. Coisa de homem sarado. Só não digo que ele parece o Bob da Barbie porque esse era eunuco e vivia rindo. Se bem que ele vive rindo e ri tanto que não parece ter centro. Parece eunuco.
Adoro sua virilha, sou obcecada por ela. Adoro seus amigos fortes. Adoro tudo o que dói nele, como diria aquela fala do filme "Closer" que eu adoro. Adoro que posso encontrá-lo sempre depois das três da manhã, sempre depois dos jantares que eu não vou e das transas que eu não faço. Adoro que posso morrer por ele ou nem lembrar que ele existe. Amor de pica é assim mesmo: o maior e o mais leviano de todos.
Ele acabou de me descobrir pela Internet e dorme tentando me encontrar, tentando me encaixar. Sente uma pontada no peito e uma pontada lá embaixo. Deve ser engraçado ser homem e amar assim de maneiras tão opostas e complementares. Ele não sabe que tudo o que eu mais quero é casar e ser mãe de um casalzinho que dança pelado antes do banho. Mas esse meu querer está esquecido em algum canto de mim, está esquecido depois de tanto eu querer isso e a vida me dizer que eu ainda não podia.

Ganhei a porra da dor irônica. Ainda que seja estupidez acreditar nela. Agora o que eu quero é saber que o outro se esfrega no banho, que o outro se fode no restaurante, que o outro me espera sempre depois das três e tem amigos deliciosos. Que o outro é especial demais, mas talvez ainda não seja o personagem principal daquela festa de final de novela, com todos os personagens de bem.
Está acabando a história, mas ainda dá tempo de não amar mais um pouquinho. Mando uma mensagem para ele, que a essa altura dorme abraçado a uma menina que já encheu o saco, achando que encontrou a mulher da vida. Mando uma mensagem para ele, que a essa altura dorme demais como sempre e já deve ter me esquecido, mesmo lembrando de mim em todos os intervalos de coisa melhor pra pensar. Mando uma mensagem para ele, ainda que ele já tenha desistido do amor e prefira o cheiro de chiclete com chulé da nuca da sua filha.
Durmo com mais de trinta homens, e mais uma vez sozinha. Mas esse texto, juro, é uma comemoração a isso. No fundo, no fundo, eu gosto. Ainda que eu me sacaneie com pureza e me pergunte baixinho: tá doendo?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O túnel

Aí sentei-me e chorei. A água suja, embaixo, me tentava constantemente: para que sofrer? O suicídio seduz por sua facilidade de aniquilação - em um segundo, todo este absurdo universo demorona como um gigantesco simulacro, como se a solidez de seus arranha-céus, de seus encouraçados, de seus tanques, de suas prisões, não fosse mais do que uma fantasmagoria, sem maior consistência que os arranha-céus, encouraçados, tanques e prisões.
A vida aparece à luz deste raciocínio como um vasto pesadelo, do qual, entretanto, a gente não se pode libertar com a morte, que seria, assim, uma espécie de despertar. Mas, despertar para onde? Essa irresolução de arrojar-me ao nada absoluto e eterno tem me detido em todos os projetos de suicídio. Apesar de tudo, o homem é tão apegado à existência que prefere finalmente suportar sua imperfeição e a dor causada pela sua hediondez a aniquilar a fantasmagoria com um ato de autodeterminação. E sói resultar também que, quando chegamos a fronteira do desespero que precede o suicídio, por haver esgotado o inventário de tudo quanto há de mal e haver chegado ao ponto em que o mal é insuperável, qualquer elemento bom, por menor que seja, adquire um desproporcionado valor, termina por fazer-se decisivo, e nos aferramos a ele como nos aferraríamos desesperadamente a qualquer ramo ante o perigo de rolarmos num abismo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carta ~*

É um medo terrivel de perder você. Um medo horrivel mesmo. Eu não sei nem o que falar quando venho aqui escrever, sendo que agora, o único jeito de me recompor, de lançar tudo, é escrevendo. E nem isso eu consigo mais fazer. As palavras saem sem lógica, todas bagunçadas, e quando mais eu escrevo, mais dor sinto. Não sei mais o que fazer… Eu só te queria aqui, será que é pedir demais? Só queria escutar sua risada ao vivo, te ver aqui comigo, poder te abraçar, queria que você pudesse olhar nos meus olhos e então ver que eu ainda te amo, mais do que sempre amei. Mas eu ando tão esquisita, tão fora de mim, eu ando sendo a garota que nunca fui, não sou mais eu. Mas eu sei que isso logo vai passar, eu só preciso de você aqui, comigo. De você. E preciso de certezas que você não vai partir, nem amar outra. Eu quero que você fique aqui, e tire esse meu medo. Tire toda essa insegurança de mim. Eu me sinto tão mal… Tão mal. É uma dor, que me sufoca, que me faz se sentir com uma pedra de mil toneladas sobre mim. Eu preciso de alguém, e esse alguém é você. Ninguém mais, ninguém menos.


Com amor,
sua menina.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

crônica de uma rima mal acabada

A gente carrega dentro do peito todos os sonhos do mundo. Isso é tão bonito, tão encantador, tão cheio de esperança. Acho que é isso: precisamos da esperança, precisamos acreditar naquela fagulha que fica lá dentro dando a entender que tudo vai clarear, clarear, clarear. A claridade traz respostas, mas o dia a dia insiste em bater na mesma tecla. Aquela tecla chata, que fica gritando loucamente na nossa cara, a tecla das perguntas, da interrogação, do questionamento, da dúvida, do medo.
Eu pensei que ia ser mais fácil. Talvez mais bonito, mais cheio de vida, de poesia, de beijo, de sabores diversos, de um quê feliz. Não, não pense que meus dias andam amargos ou infelizes, só ando mais pé na terra. Uma terra úmida, que deixa os pés sujos, meio molhados, maltratados. Uma terra que às vezes fere, em outras traz o gosto de vida. Porque a vida é isso: suor e sossego. Mas eu sempre gostei das coisas mais complexas, do não dito, do invisível, do que é perecível.
Não me culpo, não te culpo. Não julgo a nossa história. Não tento esquecer, nem voltar no tempo, muito menos nas memórias. Só quero a verdade, os gostos bons, amor saindo pelos poros, um punhado de vontade, falta de vergonha e uma pitada de saudade. Não é pedir muito para uma sonhadora, que de tanto sonhar se torna boba, um pouco doida e amadora.
Aquilo me desceu azedo, causou incômodo, deu vontade de sumir e correr de medo. Mas eu fico, me mantenho em pé, firme, valente e corajosa, porém um pouco descrente. Como pensar no futuro, tricotar planos, bordar o futuro sem causar danos? Hoje em dia me protejo, de tanto que sofri, tenho medo de um passo em falso me levar para o fundo do poço, do passo, do laço. Só queria um colo pra deitar, uma caipirinha bem feita e um mar para olhar.
Não sei por qual motivo você age assim, num dia diz que me ama e no outro zomba de mim. Fico andando em círculos, em busca de uma rima bonita, mas tudo que me resta são frases que mal se encontram, se tocam, se beijam, se enroscam.
Se conselho fosse bom a gente não dava, mas vendia. E se você quer uma dica, preste bem atenção: nunca mais fale assim, senão um dia você vai acabar saindo de dentro de mim.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eu te amo não diz tudo!

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu sei o que você pensa quando olha pra mim. Talvez se eu fosse mais comportada, falasse mais baixo e não chamasse tanta atenção. Talvez se eu bebesse um pouco menos, te desse menos trabalho e não fosse tão do agora. Talvez se eu não tivesse chegado tão perto, nem te tocado tão fundo, nem sido tão eu... talvez haveria alguma possibilidade.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

aqui, ali ou em qualquer lugar


Acredito que nós temos muitos conhecidos, parceiros de festa, de bar, mas amigo mesmo é diferente.
Amigo é aquele que te ouve dizer um milhão de vezes a mesma coisa. Ele pode não te falar nada, mas está ali te escutando.
Não importa o tempo de amizade, religião, cor, aparência, status ou time de futebol preferido.
É aquele que conhece os teus defeitos e sabe conviver com eles. Te aceita como és. E espera o que em troca? Somente amizade. Sem interesse. Sem jogo. Sem meias palavras.
Pra um amigo de verdade tu estás sempre de peito aberto, coração cor-de-rosa e sem medo de ser mal interpretado. Tu não precisas explicar teus atos e atitudes.
Amigo te entende pelo olhar. Topa participar de indiadas. Passa uma madrugada inteira falando sobre a vida e seus acompanhantes. Amigo faz planos para o futuro. Amigos dizem “eu te amo”. Conhecem quase toda a tua família (e, inclusive, aceitam os defeitos dela também!).
Amigo se sente em casa na tua casa. E não faz cerimônia. Te ajuda quando tu estás na fossa e, principalmente, fica feliz com o teu sucesso, com cada vitória conquistada. Não sente inveja. Usa as tuas blusas e não devolve. Sabe os teus gostos. É fiel.
Amigo não te deixa na mão...mas, se por ventura acontecer, reconhece e pede desculpa. Amigo perdoa. Amigo mesmo não guarda mágoa.
Amigo briga. Amigo faz as pazes. Amigo avisa que tu vais te dar mal...tu não escutas...e ele te espera lá, de braços abertos (sem sorrisos irônicos e o famoso “eu te avisei!”).
Amigo não te coloca em fria.Amigo te tira de uma grande fria.
Amigo pode ser um vizinho, morar em outro bairro, ser colega de jardim da infância, colégio ou faculdade, morar em outra cidade, estado ou país.
Amigo não tem que estar grudado todos os dias. Amigo mesmo pode passar dias e meses sem te ver, mas quando te encontra, bingo, continua amigo!
Já li e ouvi muitos ditados e versos a respeito do significado da palavra amizade. Mas tenho minha própria opinião a respeito.
Amigo te encontra todos os dias. Uma vez por semana. Uma vez por mês. Mas amigo será sempre amigo, “aqui, ali ou em qualquer lugar”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

se eu soubesse como, não estaria me perguntando nem tentando coisas... Vai ver o sentido de tudo isso é você achar um caminho, mesmo que sofra, que venha a achar que não vai dá certo e mesmo assim continuar, mesmo que nada ajude, mesmo que tudo esteja contra você, se você pelo menos tentou e foi ótimo, tudo valerá a pena, porque você não desistiu nunca daquilo que você queria, mesmo que no final você não esteja com quem você desejaria está. A gente tem que aprender que na vida é tudo questão de instantes, de momentos ao lado de quem você ama, então procure aproveitar cada minuto, porque no final de tudo você vai ver que conseguiu ser feliz, nem que tenha sido por instantes, o valor de tudo está na intensidade das coisas que acontecem. Mesmo você pensando que perdeu, pense! Você ganhou muitos momentos, e sentiu sentimentos lindos que não são fáceis de sentir por qualquer um. A gente nunca perde, só ganhamos e se tudo acabou e que foi uma experiência não tão boa, não fique triste você está nesse mundo como um aprendiz e é só mais uma fase de tudo que você vai viver ainda... O melhor é continuar e aprender com as coisas que nos é dada.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Acordar ao seu lado, esse eterno amanhecer por dentro, um sol interno tão aceso, essa alegria gratuita. E existe algo em nós que é tão recíproco, cúmplice e intenso. Dos nossos olhares que dizem tanto sobre tudo, silenciosamente. Um movimento de corpo que é tão ao encontro o tempo todo. Da compreensão e paciência a que nos dedicamos diariamente. E o amor que permeia tanta poesia, e a poesia que se entrega inteira pras palavras que querem dizer do abraço. Seu corpo tão moldado ao meu, natureza líquida de água e jarro. Você me conduzindo à fonte de todas as coisas, lá onde o desejo se origina. E nada míngua com o passar do tempo e mesmo acreditando não ter mais espaço, cresce, flui, se imensa clareando o que era escuro e frio.Cada vez mais e mais eu preciso dizer do amor. Dessa ternura delicada. Cada vez mais o amor sendo a melhor experiência. Cada vez mais eu percebendo que se nada no mundo é definitivo, nossa história eu sei perene. Uma primavera inaugurada a cada dia. E mesmo que nada possa ser eterno, mesmo que o "pra sempre" não exista, eu sei que vou seguir te amando, pelo menos, pelos próximos 99 invernos.

(E se ainda eu não consigo explicar você pra mim, eu simplesmente aceito e agradeço).

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Deixa entrar;

Essa roupa não lhe serve mais. Você cresceu. Engordou. Ela saiu de moda. Ela diz como se eu não soubesse. A gente, normalmente, sabe quando uma coisa não serve mais. Finge que não, disfarça. Coloca aquela blusa velha, pequena, que mostra a barriga. É que ela costumava ficar tão bonita. Não ficava? As pessoas costumavam elogiar tanto. Talvez ela ainda sirva. A gente sabe. É que, mesmo com toda aquela ladainha de não poder se apegar a bens materiais. E, às vezes, nem a bens sentimentais. É que mesmo com toda aquela ladainha...é tão difícil. Deixa aí. Vai, não custa nada ficar dentro do guarda-roupa, no seu canto, certo? Não tem problema guardar uma coisinha ou outra. Deixa dentro do armário, no fundo da gaveta. Talvez eu não use agora, mas depois...quem sabe. Talvez eu emagreça. Talvez na próxima estação isso volte a ser fashion. Who knows. Deixa aí. Essa blusa da hello kitty que ganhei com doze anos, esse sapato com a sola desgastada. Ele ta velho, mas deixa eu te contar um segredo? É o meu favorito. Não uso, não tiro do lugar dele, não saio por aí desfilando e mostrando como ele ainda é útil. É útil, mas...não cabe. É que...eu gostava tanto. Tudo bem, deixa aí. Pode fazer falta.
A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto.
Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe.
Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

Então, e aí? Vai arrumar a bagunça ou socar tudo dentro da gaveta?

Desencana

Oi, tudo bom? Infelizmente, esta carta não é de quem você esperava. Mas, como eu sei direitinho como você se sente, talvez traga boas notícias.Olha, desculpa minha sinceridade, mas a vida é muito curta para ficar aguardando pelos outros. Se quem vodê aguarda realmente se imprtasse com você, já teria dado algum sinal de vida. Parta para outra.Já reparaou numa certa pesoa que você conhece e tem uma quedinha por você?Não posso dizer quem é, mas pode ser alguém que trabalha do seu lado ou que mora perto da sua casa ou que frequenta um mesmo lugar. Sei que se trata de uma pessoa bem legal, vale a pena procurar saber quem é. Fique de olho, tem um monte de gente peparando em suas qualidades. Aposto que, se você olhar em volta, neste instante, tem alguém olhando disfarcadamente para você. Pode não ser o seu tipo, mas já é uma dose de auto-estima, substância da qual você carece.A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor.Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confiáveis. E, mesmo que você tenha certeza absoluta de que não se trata de desprezo, que deve ter acontecido alguma coisa, que esse sumiço tem alguma explicação, não adianta nada você ficar aí esperando. Corroer-se de aniedade não vai apressar a resolução do problema, seja ele qual for.
Então, desencana. Dá uma esquecida dese assunto, tanta focar as energias naquilo que depende da sua vontade. Caso seja necessário, para tirar de vez essa história da cabeça, mande você uma carta esculambando e colocando um ponto final na questão.O fato é que não dá para você continuar assim, desse jeito. Está todo mundo comentando. Ninguém tem coragem de dizer isso para você, mas todos concordam comigo. Já chega. Além, do mais, se for para ser, será. Um dia, quando você menos espera, pinta um reencontro, sei lá. Mas até esse possível reencontro fica maisl difícil se você não se abrir de novo para o lado inesperado da vida.E, ca entre nós, se a pessoa que você aguarda é quem eu estou pensando, tamém não é nenhuma belezura assim. Você arruma coisa melhor. Mande notícias, ficarei aguaradando.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

E que você sinta vontade de precisar de mim, mas não só quando houver necessidade, que você sinta isso mesmo tendo passado um dia inteiro comigo, que não veja e nem sinta as horas passando quando estiver ao meu lado, e que nunca seja o suficiente o tempo que passarmos juntos, que você sempre sinta vontade de mais, mais e mais. E que você suporte os meus defeitos e se sinta orgulhoso das minhas qualidades, e apesar de não ter uma beleza extrema, poder fazer com que você enxergue que gostar de alguém vai muito além de beleza fisica, e tentar também de algum jeito (infelizmente só tentar) fazer com que você não precise olhar em outras direções, porque seus olhos vão estar dentro dos meus. Eu quero sempre encontrar você, sejá lá aonde você estiver, e que eu consiga ser o seu perfeito, mesmo sendo imperfeito.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Aladim do amor

Vieram perguntar qual é a coisa que mais quero do amor, qual seria a grande surpresa romântica, a grande prova apaixonada, a felicidade total em termos amorosos. Olha, essa pergunta é bem difícil. Acho que o amor, pra ser amor, não precisa provar nada. Ele mesmo se prova, se sustenta, se garante. O amor tem um escudo que protege de tudo (se deixarmos). Você pode achar essa visão romântica demais, mas acho que o amor verdadeiro não acaba nunca (se cuidarmos). Por que tanto parênteses? Porque o amor, pra ser amor, é simples. É que nem planta: se a gente molha, protege do sol excessivo, do vento maluco, dos bichinhos, ela cresce, fica bonita e alegra a sala. Se a gente esquece de molhar, deixa torrando no sol, não cuida, ela vai pro beleléu e o cantinho da sala fica vazio, sozinho, sem vida.
É claro que a gente sempre espera algo. A vida é uma eterna sala de espera, estamos sempre esperando algo para nos sentarmos no colo da tão esperada felicidade. Ficamos esperando uma promoção, o amor chegar, ter o próprio apartamento, comprar um sítio, conhecer aquela cidade tão desejada, dar uma festa de casamento, ter gêmeos, acumular milhões, parar de trabalhar, morar na praia e viver o resto da vida dormindo e acordando com o barulho das ondas. Nós adiamos o presente por medo. Medo do hoje, do agora, do arregaçar as mangas e enfrentar os fantasmas que, infelizmente, vão nos rondar para sempre, por mais terapia que você faça, floral que você tome, missa que você vá, tarja preta que você engula com vodka barata. A vida, meu amigo, tá acontecendo enquanto o Faustão passa na TV. O que você quer hoje? O que você quer agora? O que você está esperando para ser feliz no amor?
A gente quer que o outro nos perceba. Mas mostramos os caminhos? Ninguém adivinha nada sozinho. Por mais que vocês dois se conheçam, por mais que estejam juntos há tanto tempo, existem coisas que estão cravadas no seu fundo. Algumas mágoas têm âncoras, ficam presas em nós. Isso acontece por falta de conversa, por falta de cumplicidade, comunicação, vontade. Falta mais verdade, acredito que as pessoas ficam com medo de mostrar fraquezas e ficarem sozinhas. Ninguém é fortaleza. Todo mundo tem um lado fraco, frágil, que implora ajuda. Não dá pra ter medo de mostrar isso. Não tem que ser o bom, o forte, o poderoso o tempo todo. Isso cansa e é uma farsa. O outro só vai nos perceber por inteiro quando a gente deixar, quando dermos o sinal verde, o ok, quando a gente perder o medo de falar: olha, o caminho tem lama, tem rato, tem escuridão, mas vem, por favor, vem. O problema são as promessas de que tudo vai ser lindo e maravilhoso. Não, não é. Às vezes vai ser ruim e chato, mas você tem que querer não desistir. O amor é não querer desistir.
A gente quer que o outro mude. Uma vez ouvi falar "tudo que amamos no começo é o que odiamos no fim". Desculpe, mas o outro não vai mudar e se você o ama tem que entender, aceitar, tentar amenizar, arrumar soluções. O segredo é esse: ao invés de reclamar e brigar tem que tentar resolver. Se ele ronca, arrume um jeito. Mande ele ao médico. Durma em outro quarto quando estiver insuportável. Manda ele usar Respire Melhor e se nem assim ele respirar melhor tome um calmante pra não ouvir mais nada. Faça a dança da chuva ou promessa. Mas tome uma atitude. Não reclame. Usei um exemplo bobo, mas você entendeu o que eu quis dizer. O outro não muda simplesmente porque a gente quer. O outro muda porque ele quer. E, mesmo ele querendo, toda mudança é um processo lento. Mudanças rápidas são fajutas, não existem. É que nem dieta rápida: você perde peso em seguida, mas recupera tudo em dobro depois.
A gente que que o outro adivinhe nossos desejos. Esquecemos que ele não tem bola de cristal. Diga exatamente o que você quer. Há algum tempo eu não conseguia dizer preciso-de-você-agora. Esperava que ele tivesse sensibilidade, que adivinhasse, que se desse conta. Quando isso não acontecia eu me frustrava. Achava que ele-tinha-que-saber. Não, por mais que ele me ame e me conheça ele não tem que saber. Eu tenho que dizer. É claro que certas coisas estão na cara, só se a pessoa é muito insensível e não presta a menor atenção em você ela não percebe. Mas existem sutilezas que são sutilezas. E precisamos abrir a boca e aprender a dizer as coisas. Se você diz que não foi nada, o outro vai achar que realmente não foi nada. Por isso, sou a favor do jogo limpo. Se uma coisa te feriu e te machucou, diz. Se uma coisa ficou entalada na garganta, cospe. Se uma coisa tá incomodando, tá te apertando, tira. A vida fica mais simples assim.
Mas, afinal, qual é a coisa que mais quero do amor? Quero proximidade. O amor tem que ser próximo. Não falo próximo de colado, grudado. Falo próximo de junto, cúmplice, companheiro. O amor é você perceber que não anda mais sozinho. Que tem alguém pra abraçar quando o mundo está grande demais. Que tem alguém pra se esconder quando tudo está sombrio demais. Que tem alguém pra brindar quando tudo dá certo demais. Que tem alguém pra dividir as coisas que a vida tem para nos mostrar. Amar, pra mim, é isso. É você cuidar do outro quando ele precisa, quando tá doente, triste, com frio, sozinho. É ficar feliz com a felicidade do outro. É fazer pequenas gentilezas. Se preocupar. Comprar o iogurte preferido. Assistir filmes de ação mesmo sem gostar, mas assistir porque ele gosta da sua companhia. É deixar o egoísmo dar espaço para a doação. É lógico que toda mulher tem sempre na cabeça uma cena de filme. A gente quer fogos de artifício, pedidos de casamento de joelhos, que o outro adivinhe os nossos desejos. Não quero isso, de verdade. Quero, apenas, que ele saiba quais são os meus sonhos, que preste atenção no que eu gosto e sinto. Mas, é claro, se ele aparecer com duas alianças e duas passagens para o lugar que eu mais quero conhecer no mundo é óbvio que vou adorar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

sobre a solidão

Fiquei triste. Tive dois sonhos estranhos essa noite. Um deles foi com um jacaré que ficava me perseguindo por todos os lugares. O outro foi bem intrigante. Nos últimos tempos, uma dor de ouvido me acompanha. Ela é leve, mas incomoda. E coça, coça, coça. Ainda não tive a decência de ir ao médico, volta e meia fico me coçando pra tentar amenizar a angústia lá dentro. Bom, voltando ao que eu dizia: sonhei que estava coçando absurdamente meu ouvido e lá de dentro saiu uma flor amarela e rosa e uma mini-árvore bonita. Mas não foi por isso que fiquei triste, mesmo porque adoro flores (faz tempo que ganhei a última, então se você quiser me dar eu aceito de sorriso largo).
Não gosto de coisas mal explicadas, esclarecidas ou colocadas. Prefiro o limpo. Se algo não vai bem não consigo dormir tranquila, e foi o que aconteceu essa noite. Não consigo viver com nada entalado, sabe? Pra mim isso é a pior coisa do mundo. Por favor, não me julgue. Pergunte, fale, me ouça, enxergue. Não sou fácil, mas acho que ninguém é (é?). Tudo pode ser conversado, basta saber ouvir sem arrogância ou pré-conceitos. Não estabeleça rótulos pra mim, tampouco me catalogue. Não tenho definição certa, mas vivo com um sentimento que nunca dorme ou se cala. Tente me descobrir. E entenda que inseguranças fazem parte da vida de todos nós. Não me mande superar uma coisa sem saber como me sinto na frente dela. Me dê apoio quando eu preciso, pois por mais forte que eu seja muitas vezes preciso de uma mão na cabeça e por mais mimada que eu pareça muitas vezes preciso enfrentar as coisas. Para ambas as situações, preciso de apoio (e quem não precisa?).
Se uma coisa é importante para mim, não desvalorize ou zombe. Seja você mesmo sempre, não mude, apenas busque a sensibilidade no fundo. Falta de tempo não é desculpa para não olhar no fundo da alma. Se você me pede uma coisa e eu faço, pois sei que é importante, se coloque no meu lugar: muitas coisas pra mim são importantes. Entenda que o silêncio machuca. E que qualquer relação é baseada em apoio. E que apoiar não é só estar ao lado. A gente tem que enxergar o outro. Eu, por exemplo, quando atravesso alguma nova fase, preciso de carinho, colo, atenção. Quem me conhece sabe. Procuro ficar atenta, pra poder perceber o que o outro precisa ou quer.
Dormi mal, acordei meio sem fome. Isso pra mim é perigoso, pois eu vivo com fome. Sabia que algo não estava bem, só não pensei que estivesse tão triste. E nem era por medo do jacaré. Fui tomar banho, sentei no chão, deixei a água quente cair nos meus ombros, abracei as minhas pernas e chorei, chorei, chorei. As lágrimas se misturaram com a água que caía. E eu não me misturava com nada, tentava apenas separar as coisas na minha cabeça. Fui trabalhar quieta, conversando comigo mesma, vendo que de vez em quando a gente se sente mesmo só. E por mais que a gente tente explicar algo pra uma pessoa, ela só vai entender se quiser, se fizer um esforço.
No meio do caminho, as pessoas falavam comigo, a música tocava e por qualquer motivo tolo eu engasgava. Vi que tem mais choro preso. Mas como eu já aprendi que no fundo é a gente e a gente mesmo, vou deixar pra chorar quando voltar pra casa e abraçar uma almofada colorida. Pra combinar com as cores que normalmente eu enxergo a vida - e as pessoas.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

É estranho como sinto saudades quando você vai buscar água. Aqueles segundos que separam o resto das suas canelas se perdendo no corredor com o pulo que você dá na cama. Aí você volta cheio de pressa em se livrar de mim e eu penso que tudo bem. Você tem pressa até de se livrar de você mesmo. O problema não deve ser eu.Respiro aliviada e sugo o máximo de você, pra ter a certeza absoluta de que não é você. Não sonhei com você. Não quero passar minha vida ao lado da pessoa mais estranha do mundo. Imagina só ficar grávida de um homem que tem pavor de mulher com enjôo? Imagina só ficar velha ao lado de um homem que tem pavor da vida óbvia, cotidiana e imperfeita? Eu viveria infeliz.
Não é você. E lá vem você me perguntar porque é que estão todos casando, e falar pela trigésima vez que você vai acabar sozinho e não deve nada a ninguém. E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. E me falar para eu não sofrer e para eu ir embora e para eu não esperar nada e para eu não desistir de você. E eu me digo que não é você. Porque, se fosse, meu sono seria paz e não vontade de morrer.
Me despeço, já sem aquela dor aterrorizante, das partes de você que mais amo. Ainda que eu nem te ame mesmo. E me despeço das partes da sua casa que eu mais amo. Ainda que nada disso seja amor. E entro no carro já sem chorar. Os últimos três anos chorando por você serviram ao menos para me secar por dentro. Preciso me aliviar. Mas dou até risada porque acabaram os caminhos. O mundo não suporta mais esse meu não amor por você. Meus amigos espalmam a mão na minha cara e já vão logo adiantando que se eu pronunciar seu nome, eles vão embora sem nem olhar para trás. Remédios só me deixam com um bocejo químico e a boca do estômago triste, mas não tiram você do meu coração. E escrever, que sempre foi a única coisa que adiantava para os dias passarem menos absurdos, já se tornou algo ridículo. Escrever sobre você de novo? De novo? Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de você. E olha que nem gosto.

Jornada nossa;

E hoje eu sonhei com você, e como de costume passei o dia sonhando acordada contigo, sonhando com o dia em que iremos morar juntos, casarmos, e teremos nosso proprio mundo... Me preocupar quando você ainda não estiver em casa no horario normal, e me alegrar mais que o de costume, quando chegar mais cedo, só pelo fato de você ter sentido uma falta enorme do meu cheiro. E num sabado qualquer, acordarmos e ficarmos vendo nossas fotos antigas, e sentindo tudo novamente, aquele brilho que nunca se apagou do seu olhar, aquele sorriso que pra sempre ficou na nossa memoria, as manias, os erros, as complicações, os desejos, as briguinhas que ao ver as fotos iremos rir até chorar. Cada dia que me despertar antes de ti, olhar sua face tranquila e ter me arrependido de não ter te conhecido desde sempre, e ao deitar novamente ao seu lado ouvir sua voz sussurrando em meus ouvidos, o mesmo bom dia que me faz sonhar , voar hoje ,logo após sentir seus labios nos meus, sua pele na minha, seu cabelo bagunçado, nossas roupas pelo quarto largado, tomar nosso café da manha, ou pelo menos passar a manhã inteira confusas , pensando em o que iremos comer? ou talvez pra onde iremos hoje? e algumas vezes com um beijo já estará respondido a duvida, vamos ficar aqui mesmo, em casa, nos amando. Dia após dia, nos amando com a intensidade de um furacão , e com a delicadeza de uma rosa, serei sua eterna menina, e você meu eterno menino. Passará anos, décadas, e ainda sim , estarei escolhendo a cor da sua gravata, darei minha opnião confusa sobre suas roupas que por sinal todas, ficam lindas em você, e todos os dias de nossas vidas estarei te lembrando que não há ninguem no mundo mais lindo que você.
Te mostrarei o pior de mim, e te darei o melhor que posso ser! Quando aflito, estarei te abraçando, e quando estiver assustado com meu jeito, logo mais estarei fazendo você sorrir, e esquecer de tudo que te espantou, estarei ao seu lado ,quando estiver prestes a explodir, te apoiarei quando estiver com medo de alguma escolha. te cobrirei todas noites, buscarei algumas vezes no serviço para irmos comer e algum restaurante, ou em algum lugar que sinta vontade, ficarei brava quando ficar marrento comigo, e me desarmar com um só olhar seu. Serei sua guardiã, e ao mesmo tempo peço que seja o meu, e assim será, eu por você, você por mim, e nós pelo nosso amor.
Mesmo que a certeza disso tudo eu não tenha, saiba que darei meu melhor e isso sim será a sua , a minha , certeza dos nossos sonhos, por que você não precisa dar o seu melhor, pois pra mim , o melhor já é você.
Te darei todo o amor de uma vida, aquele surreal que você sempre quis, ou algum dia já sonhou.
Está preparado? essa longa jornada é nossa e somente Nossa!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ninguém me Venha Dar Vida

Ninguém me venha dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser
e não me quero encontrar,
que estou dentro de um navio
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.

Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.

Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis a quem não quis.
Obrigada por ter me feito sofrer,
Obrigada por ter me feito crêr,
Obrigada por ter deixado doer,
Quando meu livro for lançado,
50% do lucro juro vai pra você

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Medo;

Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta.
Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso,
medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer,
talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia.
Medo do imprevisível que foi planejado.
Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado.
Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam.
Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer.
Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção.
Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas.
Medo de que ele não precise de você.
Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério
quando faz uma brincadeira.
Medo de estragar a felicidade por não merecê-la.
Medo de não mastigar a felicidade por respeito.
Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la.

Recomeçar

Não importa onde você parou ou em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo. É renovar as esperanças. E eu pergunto: sofreu muito nesse período? Foi a dor do aprendizado... Chorou muito? Foi a limpeza da alma... Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las... Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora... Pois é... agora é hora de reiniciar, de encontrar prazer nas coisas simples... Um corte de cabelo, um novo curso ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador. Olha quantos desafios, quantas coisas novas te esperando! Está se sentindo sozinho? Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu período de isolamento. Tem tanta gente esperando apenas um sorriso para chegar perto de você. Recomeçar!! Hoje é um bom dia para começar novos desafios. Onde você quer chegar? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor! Pensando assim, trazemos aquele que desejamos. Se pensarmos pequeno, coisas pequenas teremos. Tire o dia para uma faxina mental! Jogue fora tudo que te prende ao passado: fotos, roupas, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados. Esvazie seu coração! Fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se: somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes. Afinal de contas, nós somos o amor.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Migalhas

Adoro o Cazuza. Ele foi um grande compositor. Lindas letras. Na minha opinião, era muito melhor escrevendo do que cantando. Gosto particularmente de uma música que se chama "maior abandonado". Fala de raspas, restos e mentiras sinceras. "Migalhas dormidas do teu pão"...isso te interessa? O que sobra tu queres? Eu não.
Quero tudo. Tudinho. Nada pela metade. Não quero migalhas. Nem poções pequenas de ilusão...tampouco quero mendigar amor. Amor se dá. É grátis. Gratuito. Não é cobrado, nem se pede. Apenas se sente...e se dá. Sim ou não. Não vem com essa de meio amor! É amor por completo ou nada. Tudo ou nada. E aí, tudo bem? Mais ou menos. Como assim, mais ou menos? Ou está tudo bem ou não está. Não existe um mais ou menos bem. Às vezes a vida está boa, mas precisa de alguns ajustes. Em outras fases a vida está uma meleca e necessita de reparos. Vai ou não vai. Quero ou não quero. Amo ou odeio. Gosto ou não gosto. É ou não é.
Simples assim. Isso se chama definição. Tomar partido. Assumir uma posição. Ter opinião clara, transparente. Visão radical? Pode ser. Sou impulsiva, dramática, exagerada, mas vivo com intensidade. Tenho paixão pelas coisas. E pelas pessoas. Sou movida pelo que sinto, pelo que vem de dentro, pelo meu coração. A razão? Que se exploda! Posso me dar mal, mas prefiro agir com o que vem lá do fundinho.
Restos? Não, obrigada. Me dá tudo. Ou então me deixa sem nada. Escolhe. Fala agora ou te cala para sempre. Mentiras sinceras? Nãnãninãnãnã. Diz a verdade, mesmo que ela não me agrade. A mentira sincera de hoje é a tua desgraça de amanhã. A pessoa te fala mil palavrinhas doces e bonitinhas, tu embarcas na onda, te encantas e depois? Te quebras. Bonitaço!
Fala o que vem do coração. Ou então fica quieto. Mas não abre a boca pra me agradar ou fazer jogo. Se tu me contares verdades sinceras...em troca terás o maior e melhor presente do mundo. Um coração puro. E completo. Sem raspas, restos ou migalhas. Todinho teu. Tá afim?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

amo você!

Passei os últimos dias pensando numa única mensagem que pudesse te surpreender. Fazer você ficar sem palavras só de ver meu nome lá. Fazer você pensar em toda a sua vida com uma simples frase de efeito. Mas essa mensagem é só pra te dizer que eu desisti. Eu não consegui pensar em nada que significasse o quanto eu amo você, que eu não posso mais ficar longe, que você é o meu melhor sonho e que sem você... sem você eu morro. Eu morro. Eu morro só de ver você passar e não ser meu. Mas eu nunca consegui pensar em um jeito de te dizer isso, então eu não vou dizer. Desculpa por não ter te mandado nada, viu?

Modo cafageste

Você nem me faz promessas, e ainda me liga no dia seguinte, mesmo assim sabendo eu, que você não vale nada, continuo. Continuo, porque acho tão lindo, o modo cafageste-sincero que é você. Acho tão tão lindo o jeito como você rir e diz pra mim que meu novo corte de cabelo me deixou mais mulher. Você vem sem avisar, me fazendo surpresa, avisa que pode não voltar, pra eu não esperar, e, mesmo assim volta. Me deixando tão, mas tão boba que quase acho que estou apaixonada por você. Eu sei de todo mal que você já causou, sei também o que foi sua culpa e o que não, e mesmo assim continuo. Continuo a entrar nesse jogo, me achando esperta de mais, achando que posso me divertir e sair ilesa. Você me mostra como jogar com você, me diz pra eu não ser paranóica, que não precisa, me diz tudo que eu tenho que fazer, e mesmo assim não consigo fazer nada. Você é tão sincero que faz me sentir tão mentirosa, porque tenho que negar tudo que acho sobre você, pra não parecer mais uma babona apaixonada. E mesmo sabendo que daqui a pouco vem a linha de chegada, mesmo sabendo que amanhã você começa outro jogo, eu continuo. Continuo porque eu quero pagar pra ver, continuo porque eu entrei nessa pra ganhar e sei que comigo você tem chances de perder.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Do outro lado da janela

Um dia ela quis ser grande. Tinha uns sonhos perdidos entre papel de bala e cachorrinho de pelúcia. Pensava alto, queria muito. Um dia ela quis crescer, morar numa casa bonita, ter um trabalho digno, filhos bochechudos e um amor bonito.
Ela gostava de desenhar, fazia ballet, quis ser médica, bailarina, cantora, pintora, atriz, advogada e mil e quatro coisas. Ela queria ser tudo. Então ela descobriu que as pessoas crescem e alguns sonhos ficam perdidos na infância. Outros viram sonhos-sombra: vão em qualquer lugar que você pise. Ela gostava de olhar pela janela e imaginar a sua vida no futuro. Visualizava cenas, diálogos, cenários, pessoas. E o amor bonito estava lá. Ela queria muito um amor bonito, não só bonito por fora: bonito de alma, puro de alma, fabuloso de alma. Ela sempre achou que o mais importante é a alma.
Um dia ela cresceu e pensou: taí a vida que eu quero para mim. Tinha o trabalho perfeito, a vida perfeita, os amigos perfeitos, a família perfeita e o amor perfeito. Perfeito em toda a sua imperfeição. Alma gêmea. Aquela alma bonita que ela tanto procurava. Eles se entendiam, ele ria de suas piadas, lhe ensinava sobre a vida, comportamento, lhe trazia paz. Ela era perfeita para ele. Perfeita em toda a sua imperfeição. Ela nem ligou quando disseram que o "pra sempre sempre acaba". Ela acreditava em amores eternos. Finais felizes. O seu pra sempre era sem fim. Era depois do fim. Além do fim. Nem tinha fim. O seu pra sempre era sempre mesmo.
Então, em uma ocasião que ela nem recorda muito bem, descobriu que o amor que possuía era verdadeiro, único, forte. Junto com isso percebeu que o seu amor do sorriso lindo não retribuía seu sentimento. Não fazia esforço para fazê-la dar sorrisos bobos, não queria abrir o coração e deixá-la morar naquele lugar quente e seguro. Ela descobriu que ele não queria lhe dar segurança e que amar era muito difícil para ele. Ela tentou de tudo. Fez coisas impublicáveis. Escreveu. Falou. Chorou. Pediu. Explicou. E ele se mantinha lá: irredutível. E com o sorriso cada vez mais bonito.

Ele tinha medo. E ela sabia que o medo faz parte do amor, tanto sabia que convivia bem com ele. Ela, o medo, o amor, os sonhos no meio das almofadas, o pensamento entre os cobertores e os desejos no travesseiro. Ela não se fixava no que não queria, ela sempre soube o que quis. Ele dava passos em falso, ela andava de forma certeira. Tinha certeza do amor. Tinha certeza que ele era importante demais em sua vida para deixá-lo ir embora sem fazer nada. Ela só queria amá-lo, ser importante para ele, deixar a vida se encarregar do futuro dos dois. Mas ele dizia não. Ele dizia não para ele e para ela.
A conclusão demorou para chegar mas, enfim, veio: o amor não foi feito para ser entendido. Nem julgado. Nem preterido. Ela entendeu, finalmente, que só quem não tem medo de arriscar entende o amor.
E assim ela espera ser feliz. Para sempre.
Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que sacia, amor que promove...E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura...
Enquanto durar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Aprenda a amar


Aprenda Amar... Procure no fundo da alma o sentimento do Amor. Em sua caixinha de surpresas e encontrará um doce renascer. É tão doce amar com a essência da alma. Seu corpo flutua, o pensamento nas nuvens, o néctar do Amor. Não há prazer maior e mais nobre sentimento, tudo se realiza como se estivéssemos em nuvens de algodão. O coração pulsa, o sangue flui com mais vitalidade e ardor. Busque a existência da vida, como um cristal bonito. Sem Amor você é um castelo de areia que com o vento se vai. Amar nos aproxima, fortalece a alma o seu ser, a sua existência. Aprenda a Amar e viverá nas nuvens. Não há tempestade que o faça temer. Amar é porto seguro, um barco ancorado. O sol brilha mais forte, a lua ilumina com esplendor. Todo esforço sincero nos aproxima de nossas metas. Aprenda a Amar. Amar é viver, é sonhar Com as estrelas do firmamento. Só peço a você... Aprenda a Amar

ser diferente


Chega uma hora que o coração cansa de apanhar e também cansa de bater. Chega dessas pessoas que não acrescentam nada, que quando estão no fundo do poço só querem te levar junto, e se tu não tiver uma cabeça boa, vai junto mesmo. O mundo não vai acabar, o que acabou (a muito tempo) foi o amor, o sentimento. Hoje em dia, nada é de graça, sempre um sorriso, um afeto é em troca de alguma coisa, amizades verdadeiras não existem mais, e se tu não colocar o teu aniversário no orkut ninguém lembra. Foi o tempo em que a minha única preocupação era escolher entre uma bicicleta ou uma boneca, o tempo passa, o primeiro amor chega, o primeiro beijo, a primeira vez, a primeira decepção, e o teu coração não vai aguentando. Tem noites que tu fica ali na solidão pedindo pra morrer quando na verdade tu quer ser salva, tu quer pessoas leais e sinceras na tua vida, quer alguém pra te amar e te respeitar e não alguém que vá te trair, apunhalar. Por isso muitas vezes a gente fica preso ao passado, porque lá não tinha decepções e lá é lembranças, mas até que o meu coração funciona direitinho, depois de tudo o que fizeram pra ele. O meu erro é acreditar demais nas pessoas, e sempre que eu posso me colocar em segundo plano, o meu erro é pensar que eu vou receber algo em troca quando na verdade eu só recebo falsidade. Mas tá decidido, vou ser diferente, vou fazer com que o meu coração seja diferente, que ele não ame ninguém. Se as pessoas são filhas da puta que não respeitam o meu coração e só o maltratam, porque eu não posso ser assim?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

pague com amor

Esse meu jeito de sentir me angustia, pois há um querer desesperado dentro de mim. E vivo assim, numa inconstância que é uma constante. No fundo, é a constante da minha vida.
Apesar de ser intensa e sentir tudo muito mais do que o resto dos mortais, não vou me dar por inteiro. Não quero ser demais, o muito enjoa, perde a graça, faz o encanto ficar despedaçado. O pouco é necessário, dá vontade de mais e mais, dá aquela sede bandida que te seca a garganta e te faz passar a língua na volta dos lábios, na tentativa de aliviar a secura. Do pouco surge o desejo, desejo que te enlouquece, te faz brigar com o travesseiro, dá uma tontura que vem sabe-se lá de que lugar e te faz colocar a mão no bolso e, alucinadamente, dizer: eu pago pelo muito.


Não me pague com dinheiro, me pague com amor. E pode ser muito, por favor, me deixe enjoada.

lágrimas

Fiz uma descoberta impressionante: sou emocionalmente retardada. A filha da vizinha aqui do lado, que tem 4 anos, nove meses e vinte e cinco dias, deve ter mais cérebro do que eu. Aliás, o cérebro dela deve funcionar direito, o meu não.
Sinto vontade de puxar o meu cabelo quando penso em você. Morro de raiva de você. Sai do meu pensamento, por obséquio? Esqueci, você não entende o português. E nunca entendeu as minhas piadas, sempre tive que explicar duas vezes. Você mora longe e nem daria certo. Você nem gosta de loiras. Você prefere as mulheres de olhos claros.Você tem essa mania de ser todo certo e eu sou toda errada. E eu tenho medo do escuro e você me acha uma criança, que eu sei. E você me acha braba demais. Chata demais. Ciumenta demais. Acha que pergunto demais. Sai daqui, sai. Chato é você. Você me tratou mal, você fez com que eu não soubesse mais quem eu sou, que ódio, você fez com que eu me afogasse. Você me deixou de lado, fez com que eu me sentisse esquecível. Você mentiu pra mim. E me usou pra ver se esquecia outra pessoa. Você me magoou demais, seu otário. Você foi frio, seco, áspero, você fez com que eu baixasse da internet músicas de Sandy e Júnior e Odair José. Tem noção do que é isso? Estou no fim da breguice, não é nem no começo.
Sabe o dá mais vontade de puxar meu cabelo? Sei que você está bem. E sorrindo. E vivendo a porra da sua vida numa boa, sem pensar em mim. Claro, sou esquecível, não é mesmo? Você sequer pensou em mim, no que eu sentia, em como eu me sentia. Ai, que raiva de você! Meu coração está doendo. E eu chorei tantas vezes, muitas vezes, um quadrilhão de vezes e você nunca, em nenhum momento esteve aqui pra secar as minhas lágrimas e juntar os meus pedaços do chão. Você nem me trouxe um ouro branco. Você nem me deu um beijo. Você me empurrou da escada. Me deu um pontapé e nem virou pra perguntar se doeu. Você é mau. Você me trouxe um gosto estranho, aquele sabor que eu queria nunca mais lembrar: rejeição. A rejeição é amarga e arde a língua. E você não foi leal. E nem meu amigo. Eu cheguei a pensar que fôssemos amigos. Eu achei que a gente até podia ser um casal. E até usar aqueles colares bregas com as iniciais do nome do outro. Sei, eu estava doente. É, doente de amor mesmo, tô sabendo. E agora não tem ninguém do meu lado, nem você e nem ninguém. E nenhuma lembrança, nem rastro, nem nada de você. Tenho aquele elefante cinza de pelúcia que tem um olhar de peixe morto, caído e triste, que nem o meu agora. Que raiva de mim. E que saudade é essa de você?
Você não sabe amar. Você não sabe o que é amor e respeito. Você não é normal. Você gosta de quem te maltrata. A gente nunca daria certo. O amor, pra mim, é algo que te empurra pra cima, faz crescer, te dá força, te faz bem, te traz paz. Respeito é lealdade, é verdade, é se importar com o outro. É se preocupar, cuidar, tomar conta, fazer carinho. Amor não é jogo, não é labirinto, não é loucura, não é isso que ela diz que sente por você. Você está atormentando os meus pensamentos. Que raiva de você. E que saudade é essa de mim?
Sinto vontade de puxar o seu cabelo. Puxar o seu cabelo e te beijar e te morder até você morrer. E dizer que você não vale nada, é um otário careca e que não presta e é um babaca ridículo que me deixou escapar. O problema é que você não me deixou escapar, você quis que eu escapasse naquele dia, aliás, naquela noite em que você disse que estava saindo da minha vida pra sempre. E você nem voltou. Você nem ligou. Nem mandou mensagem. Nem e-mail. Nem scrap. Nem mesmo um "sinto saudade". Você saiu, bateu a porta e nunca mais abriu, nem espiou pela frestinha. Isso prova que eu sou mesmo mais uma na sua vida. E você disse que não queria me perder. E fez tudo errado, agiu como se quisesse. Eu te procurei e você fingiu que nem viu. Eu odeio você. Odeio. Mas penso em você quando toca aquela música, quando penso naquele filme, quando tô alegre, triste, feliz, deprimida, chorando, rindo. Penso nas coisas que eu queria contar e dividir com você. Penso em como as coisas eram e como podiam, um dia, ser. E eu sei que antes de dormir vou pensar em você e amanhã vou acordar com você no pensamento. Posso até sonhar com você. E vou tomar café com você na cabeça, caralho, você não podia ter ido embora assim. Seu filho da puta! Tô chorando, tá satisfeito? E tá dando aquela música “você desperdiçou o amor, você me complicou, usou, fugiu com a minha paz...”.

Está doendo, sabia? Ah, sai daqui.

PS. Se as minhas lágrimas fossem notas musicais, meu choro teria jeito de música bonita. Triste como a dor de agora, mas bonita como o que sinto por ti.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Oferecer

Gosto daquela parte do dia em que o sol está indo embora à francesa e o céu vai ficando descolorido, um pouco roxo, um pouco rosa, um pouco azul. Alguma brisa para cheirar os cabelos e uma dose de lembranças boas. Esse é o meu fim de tarde perfeito.
No último dia do ano estranhei: não deitei na rede e olhei para aquele céu imenso e escuro e cheio de estrelas mágicas. Sempre fiz uma espécie de ritual: champagne, céu, reflexões, lágrimas saudosas e - sempre - paixão. Vivo em constante paixão. Em todos os anos eu tinha os meus amores secretos, ou não. O fato é que meu coração sempre esteve ocupado, alugado. E o engraçado é que eu me sentia perdida sem isso, sem alguém morando - mesmo que em sonho - dentro dele.
Ei, não é assim. Desocupei as coisas por aqui. Precisei tanto de você, em algumas noites meu coração doía, meu nariz fazia aquela cosquinha cheia de ardência, aquela de quem não quer chorar e aperta os olhos e reflete no nariz. E meu nariz fica vermelho quando tenho vontade de chorar, mas isso você sabe. Então eu lembrava tanto da sua cara e daquela sua voz rouca que me dizia baixinho "não, não faz isso, tudo menos isso, não chora, não chora" e eu lembrava e a vontade de chorar ia aumentando e eu enfiava a cabeça no travesseiro como se fosse o seu peito e tentava esquecer de tudo. Depois do fim eu tentei ver se tivemos um começo. Você sempre me deixou confusa e eu estava adaptada. Mas não quero, você é irreal. Cada passo que eu dava parecia que te enxergava assim pelo ombro, com aquele olhar apertado e a sobrancelha erguida, meio que guiando os meus passos e servindo de força. Uma força que eu precisava pra viver. Você era parte de mim, um escudo, alguma coisa que eu inventei e que precisava desesperadamente manter. Acho que você nunca soube disso e na verdade isso nem importa pra mim. Você soube de muita coisa e ignorou completamente o saber. No fundo o que importa pra você é o que você quer que importe. E não é errado não. Só que eu tenho uma maneira diferente de lidar com tudo, você sabe.
Eu quis tanto te oferecer alguma paz e, de brinde, meu ombro tatuado com uma estrela pra ser o teu porto seguro. Você simplesmente não sabe o que é oferecer. Essa palavra não bateu na sua porta e se apresentou de maneira polida. É por isso que não pensei em você quando ouvi e vi os fogos, só desejei, no outro dia, de uma forma espantosa, que você realmente fosse feliz e seguisse o seu caminho. Sem a minha paz. Sem o meu ombro. Sem as minhas palavras. Sem a minha estrela. Não estou perdida, ingenuamente me encontrei assumindo que você não existe na minha vida. Se algum dia efetivamente foi sincero, não sei. Não preciso de respostas, achei a causa do nosso não-encontro.

Sou oferecida demais pra você.

Antigo costume

Lua cheia, drinks coloridinhos e risadas. Ontem eu estava lá, lá no meio daquela gente toda, falando aquelas coisas todas, rindo das bobagens todas, comentando o que tenho feito nos últimos dias e lembrei do esforço pra não pensar em você. Sabe, nem é difícil. Se eu me ocupo o dia todo vou deitar cansada e passo a perna naqueles pensamentos que ficam rondando a minha cama vazia. Meus pensamentos se unem bem na hora de colocar a cabeça no travesseiro, parece que eles fazem um complô com o intuito de trazerem você de volta. Então eu percebo o quanto a cama está vazia, me dou conta que por ali não tem mais nada seu. Nem o cheiro, nem uma peça de roupa, nem um qualquer coisa que deixe claro que você ficou aqui. E você esteve mesmo aqui em algum segundo? Como eu dizia nem é difícil, se eu vou pra cama exausta adormeço passando a perna em tudo que traz você pra mim novamente, mas têm vezes que eu sonho com você. Aí eu levanto, tomo uma água e penso chega chega chega, vai embora, sai de mim, me deixa, vai, vai e não olha pra trás nenhuma vez, acabou, não é mesmo? Então vai e deixa as chaves em cima do sofá. Se eu, pra adormecer, tenho que ler ou assistir um filme ou escrever ou ouvir música ou qualquer outra coisa que faça o sono chegar não tem jeito. Você chega sem cerimônia sorrindo e, junto com o sorriso tímido, os olhos que ficavam apertadinhos. E eu vou ficando bem pequena, diminuindo diminuindo até virar quase nada, pois não tinha nada mais belo nesse mundo do que ver o seu sorriso de menino descobrindo o mundo e aquele sorriso iluminava tudo que houvesse ao redor, clareava a minha alma, me trazia uma paz tão grande que nem sei como explicar pra você isso agora. E junto com aquele sorriso os seus olhos se tornavam pequeninos e você ficava mais lindo do que tudo que eu já vi e conheci no mundo. É tão simples, entende? Era pra ser tão simples e tão bonitinho, era pra ser até piegas e cafona. Era pra ser brega mesmo. E eu fico aqui me repetindo e não me canso de dizer o quanto você me fazia bem quando apertava os olhinhos daquela maneira, aquela que ainda me chacoalha por dentro. Eu estava tão acostumada a pensar em você, já era corriqueiro te querer assim, mesmo só pra ficar querendo. Você virou uma espécie de deus, com o qual eu conversava, pedia, implorava. Não faz assim, não faz assim, cuidado com o que você diz. Cuidado com as coisas que você não faz. E você nunca me ouviu, maldição, você nunca me ouviu. E eu sempre te ouvindo, você e aquela voz mansa, rouca, suave e aqueles olhos que diziam tantas coisas e, ao mesmo tempo, me traziam tantas dúvidas. Desde o momento em que eu te vi te quis errado. Te quis inteiro. Te quis pleno. No fundo eu bem sabia que você nunca me daria certezas, mas eu insisti em me meter em territórios desconhecidos. Pra quê? Pra você virar esse deus que atormenta cada pedaço que ainda existe em mim? Sei lá, talvez eu queira um amor imóvel e sereno, platônico e louco. Ou talvez meu grande sonho seja erguer uma estátua sua no meu jardim de inverno. Então eu ajoelho, faço orações, qualquer tipo de oferenda e, suplicando, peço: não me deixe!

Mas você precisa me deixar..

Já está tarde.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Com amor, Deus.


Eu conheço o seu coração. Seu coraçãozinho que já foi quebrado, estilhaçado em mil pedacinhos, como um copo de cristal que cai no chão. Conheço seus pensamentos, cada um que passa na sua mente, conheço os seus sonhos, conheço os seus desejos, o que você gosta e não gosta. Além de tudo isso, eu conheço a dor que você sente. Não por conhecer tudo, mas por sentir ela com você. E quando você chora, eu choro junto, quando você se tranca no quarto, eu não deixo ninguém entrar, te coloco no meu colo e deixo você chorar, até que durma. Agora você sabe porque se sente em paz quando chora? É porque eu recolho suas lágrimas, para que eu as chore no seu lugar. E quando sua dor para, é porque eu estou sofrendo por você. Eu estou quieto, e você está se remoendo de raiva de mim. Estou quieto, porque quero preparar algo maravilhoso no fim do túnel, para que você perceba, que mesmo que tenha sido escuro por todo o caminho, eu estive ali, na sua frente, retirando todas as pedras pra você, se machucando por você, sangrando no seu lugar… Você sofreu, eu sei, mas sofreu o mínimo, aquilo que eu sei que você poderia sofrer, o que você não podia, eu sofri. Você está com raiva de mim. Mas eu não me importo. Porque eu te amo além de tudo. E vou continuar sofrendo por você, vou continuar chorando por você e com você de noite, de manhã, de madrugada. Vou continuar do seu lado quando você se trancar no quarto pra escutar qualquer musica no último volume. Vou te amar. Mesmo que você me odeie e não me queira mais, vou continuar te querendo. Mesmo que sinta muita raiva de mim, a única coisa que eu vou fazer é te amar mais.

Com amor, Deus.




Nem tudo é como a gente quer, no entanto, isso não quer dizer que não é tudo que precisamos. Muitas vezes, essas coisas que a vida nos coloca pelo caminho são bem melhores do que a gente esperava. Veja bem, a hora mais bonita do dia é aquela em que o céu fica vermelho, e não azul. As mais belas noites são aquelas poucas em que a lua pega emprestada quase toda a luz do sol e a gente não precisa de lanterna pra caminhar. Exemplos não me faltam: a gente só ama o frio porque pode se envolver em mil casacos e cobertores, bem como agradecemos pelo escaldante sol de verão somente após mergulharmos num mar gelado. Eu posso não ser o que tu esperavas, mas a gente não escolhe o que quer sonhar quando coloca a cabeça no travesseiro. E que atire a primeira pedra quem não gosta de sonhar aqui. Eu posso não ser tudo que tu precisavas, mas a gente vive e morre sem saber do que realmente precisamos. Eu posso não bastar. Então que baste o amor. Eu posso não ser um monte de coisas, mas tenho certeza de tudo aquilo que sou: um céu vermelho, uma noite de lua cheia, um cobertor e um banho de mar, e tudo o mais que tu quiseres viver junto de mim. Um mês se foi. Enche teus pulmões, pois tu vais precisar de todo o ar que eles puderem conter.



Faça um pedido :
e o guarde no coração. Qualquer coisa que você quiser, tudo o que você quiser. Você o fez? Ótimo. Agora acredite que ele vai se realizar. Você não sabe de onde vai surgir o próximo milagre, o próximo sorriso, o próximo desejo realizado. Mas se você acreditar que está logo ali e abrir a mente e o coração para a chance de acontecer... você pode conseguir aquilo que pediu Afinal, O mundo está cheio de magia. Você só precisa ACREDITAR nela ;]

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ser forte cansa

Madrugadas me lembram você. Deve ser porque a casa fica gelada, paredes ecoam o silêncio, não ouço nada. Tudo fora do lugar, roupas penduradas na cadeira, papéis espalhados pelo chão do quarto. O vazio me incomoda, ligo a televisão. Nada de bom, troco o canal e a agonia cresce dentro de mim. Desconforto. O controle parou de funcionar, levanto a tampinha da pilha, dou três batidas e tento de novo: nada. Jogo o controle longe, afasto você do pensamento. Fico com pena de ter descontado a minha angústia em um objeto necessário, não posso depositar culpas invisíveis nele. Porque existe o amor?, me pergunto. Desisto da tv. Vou passar um café. Cafeína dá insônia, mas nem ligo, não tenho sono, você domina minha mente. Desejo um abraço seu e você está tão longe de mim que meu coração desmancha. On. Ligo o som, adivinha? "o seu amor reluz que nem riqueza/asa do meu destino/clareza do tino/pétala/de estrela caindo bem devagar...". Lembro que amo estrelas. Tatuo estrelas. Dou a mão para as estrelas. Faço pedidos para as estrelas. Hoje chove, cadê as estrelas? Me sinto só. Lembrei da rosa que você esqueceu de me dar. Penso em uma pétala seca dentro de um livro, acho a imagem bonita. Não há nada mais melancólico do que uma pétala de rosa vermelha dentro de um livro mofado pelo tempo. Não há nada mais melancólico do que um livro mofado pelo tempo com uma pétala de rosa vermelha que traz uma lembrança do que não houve. Estou louca. Não sei o que digo, o que penso, o que falo. Sinto. Fecho os olhos e sinto seu cheiro. Meu corpo está quente. Minha pele arrepia. Música é vida. Embarco na melodia. Presto atenção na letra. Meu coração dança. Imagino você chegando com um olhar amanhecido. Entrando com um sorriso inteiro. Cantando num tom desafinado uma música que não tem fim. Um raio percorre cada pedaço do meu corpo, sempre achei linda essa imagem : você com aquele olhar que eu adoro inventar nos meus sonhos. Olhar inventado, barba mal feita, o perfume que é a sua marca. No ar uma expressão convidativa. Convite para uma felicidade que destrói medos e arruma bagunças. E chove. Chove e eu penso em você com os olhos marejados. Você me conhece tanto! Me sinto de uma forma quase boa quando estou ao seu lado. Falta só um pouco: gostaria apenas de me sentir cuidada. Ser forte cansa e preciso sossegar em seus braços e esconder meu rosto no seu peito para finalmente sussurrar no seu ouvido: tenho medo da chuva.

Impossível retroceder

Hoje amanheci com uma dúvida no travesseiro. Após o café da manhã ela ainda estava caminhando pela minha mente e eu queria ler o jornal em paz. É sempre assim: se um pensamento fica fazendo toc-toc e eu não dou bola ele fica ali até eu abrir a porta. Pois bem, entre, por favor. O café ainda está fresquinho.
Sempre fui agitada, coração inquieto, pernas que não sossegam e pensamento maratonista. Mesmo deitada lendo um livro estou pensando em alguma coisa. Mesmo no silêncio, observando a chuva. Mesmo escovando os dentes. Mesmo assistindo a um bom filme. Mesmo beijando na boca. Mesmo fazendo escova no cabelo. Ouvi falar que a meditação faz um bem danado para quem tem a mente meio inquieta: você começa com cinco minutos (cinco!), olhos fechados, concentra na respiração e força para não pensar em nada. Nada. Cinco minutos. Sessenta segundos X cinco (depois eu faço as contas, minha matemática está de férias). Um dia eu tento. Um dia eu também tento fazer apoio que nem os caras do exército. Um dia eu também tento fazer feijão. Um dia eu também tento saltar de pára-quedas. Um dia eu também tento ser menos boba.
Voltando ao ponto, uma amiga me ligou fazendo perguntas difíceis. Eu dei respostas fáceis, é interessante: minhas respostas para os outros são sempre simples. Indico os caminhos mais solares. Então eu desliguei o telefone e fui dormir, hoje acordei assim: em cada fio de cabelo uma dúvida, mas não uma dúvida diferente, elas estavam interligadas.
O namorado dessa minha amiga disse que a amava. E ela lançou um "eu também". Sem amar. SEM AMAR. Então ela me disse que gosta muito dele, sente um carinho imenso, ele é querido, divertido, engraçado e faz um sexo legal. Mas falta alguma coisa nele. E ela disse o infeliz "eu também". Na hora eu fiquei doida com aquilo. Com aquilo e com todo o resto que tenho visto por aí. Eu tô muito errada, hein? O mundo tá doido, hein? O que tá acontecendo, hein?
Depois do "eu também" muita coisa acontece. Honestidade é tudo nessa vida. Você quer ser legal, romântico, simpático, não quer estragar a noite encantada e larga um eu também?? Por favor, seja franco. Você ama? Tem certeza? Então diga. Grite. Fale. Desenhe. Escreva. Solte pipa. Pendure faixa. Escreva na calçada. Faça serenata. Mande chuva de pétalas de rosas. Você gosta? Sente carinho? Não diga. Não abra a boca para dizer que ama ou que eu também ou da mesma forma. Dê um sorriso. Um beijo. Falo porque eu já falei um eu também e não deu nada certo. Como a gente chega para a pessoa e diz "olha, na hora eu falei pra não ficar chato, mas só te gosto, não te amo"? Como diz depois de ter dito?
Faça como eu já fiz: uns acham que é grosseria, outros sinceridade. Um dia um cara disse que me amava. Eu só gostava dele, então eu disse: "que lindo o que você falou, eu gosto muito de você, mas ainda não te amo, quem sabe com o tempo o sentimento cresce?". Ele deu um sorriso pela metade, me abraçou e disse que entendia. O sentimento não cresceu, evidente. Ele era muito legal, bonito, inteligente, bom caráter, contava piadas fantásticas. Mas isso não era tudo, faltava aquele gostinho de eu-preciso-de-você.
Já falei outras vezes: amor não é lagoa. Não é água parada. Amor tem que ter movimento. Eu nunca disse "eu te amo" sem sentir de verdade. Sem amar mesmo. Já errei ao dizer eu-também-te-amo, por isso eu digo: se ama, fala. Se não ama, cala. O amor não é só desejo, beijo na boca, sexo, ciúme, carinho, confiança. Nem é só cumplicidade, amizade, lealdade. O amor é conjunto. Dizem que quem ama não tem sentimento de posse. Eu discordo. Quando eu amo o meu coração é da pessoa e sinto que o dela é meu e isso já é posse: meu (olha o eco: meu meu meu meu). O amor tem de tudo um pouco, mas tem que ter o principal: franqueza.
Quem ama sempre sabe. O sentimento fica que nem a minha dúvida hoje pela manhã: assombra o pensamento e perturba o coração. Porque amar não é moleza. E o amor não é sempre certo, ele erra, desespera, cansa, dá dor de cabeça e angustia. Mas a gente quer mais. Sempre mais. Porque o amor é assim: vício. Depois que você ama você PRECISA daquilo. E é impossível retroceder.
Então eu liguei para ela e disse: "Descobri: quem ama não diz eu também. Quem ama diz EU TE AMO." Desliguei e pensei comigo: quem ama não faz perguntas, o amor é a melhor resposta-ainda que confusa.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Boas vindas a felicidade

Os dias passam, o tempo passa, e percebemos que a cada minuto temos que conquistar algo para continuar a viver, seja um espaço no mundo, ou na vida de alguém. Queremos provar que somos capazes, mesmo sem precisar provar nada pra ninguém. Muitas vezes quando achamos que nada mais nos tem valor, aparece um motivo para viver, criamos esperanças, e quase sempre despencamos no abismo das nossas mais loucas vontades, talvez a mais louca de todas. O ser feliz. Quando esse nosso motivo se vai, achamos que jamais conseguiríamos viver novamente, é como se estivéssemos sem ar, sem conseguir voltar para a superfície. Mas então alguém nos salva, alguém segura nossa mão e mostra que é tarde para desistir, nos mostra que a vida esta aqui, e que a felicidade é só uma questão de tempo, e que ainda temos muitas loucuras para cometer, e ai então que descobrimos a felicidade. E assim lhe dizemos: "Seja bem vida a minha vida, felicidade, por que agora sim, vou lhe seguir. Encontrei alguém que mesmo sem querer, lhe trouxe pra mim, e assim estou totalmente satisfeita e disposta a seguir a vida, buscar meus sonhos.

Marcas impressas

Logo que o meu irmão entrou na escolinha eu decidi que queria ir também. Se ele podia ir, por que eu tinha que ficar de fora? Mas ele é mais velho, aprendeu a andar de bicicleta antes, começou a ler antes, voltava para a casa às 4 da madrugada antes.
Ele aprendeu a ler, eu queria ler também. Tudo o que ele aprendia tinha que me ensinar, nunca gostei de ver as coisas acontecerem pela janela, eu metia a cara e não queria nem saber. Não sabia se ia dar estrago, eu seguia o que queria e ponto. Lembro que a minha bicicleta tinha rodinhas, mas decidi que tinha que tirar aquele negócio, queria andar que nem gente grande. Foi a primeira vez que eu caí. Ralei o joelho, saiu sangue, chorei de dor. Chorei por ter visto o sangue. Chorei de susto. Chorei porque tava ardendo. Chorei para limpar o machucado. E chorei porque tinha acabado o esparadrapo. O joelho foi criando aquela casquinha, que acabou caindo e deixando uma pequena cicatriz que tenho até hoje. Lembro bem daquela tarde, da queda, do choro, dos motivos, de tudo.
Com alguma melancolia concluo que as muitas experiências vividas nos deixam um pouco covardes. Essa expressão que popularmente chamam de pé atrás, no fundo, quer dizer vá - com - o - freio - de - mão - puxado. Só que eu nunca soube viver dessa maneira. Não sei ter reservas. Saio abrindo o jogo, falando das minhas casquinhas e arranhões. Tem gente que se esconde, eu me mostro. Não tenho o menor problema em admitir que dou ração para alguns medos. Pensando bem também alimento algumas fugas. Porque eu fujo sim, quem nunca fugiu? Eu fugia de mim o tempo inteiro. Só que me dei conta que cicatrizes sempre existirão e, acredite, algumas nem são tão ruins assim. São elas que nos moldam, nos fazem ser quem somos e, pode apostar, definem os nossos medos passados, presentes e futuros. São elas que diferenciam as pessoas. E algumas dão até um certo charme.
Cresci, acumulei experiências, tropeços, fins e recomeços e não sei até que ponto vale a pena ter a seriedade de um adulto. Seria muito mais fácil esquecer ardências, dores, sustos, sangues e temores. Seria, mas não é. Algumas situações traumáticas e dolorosas não fazem as malas e saem da memória ou do coração. Sou humana e, por mais que eu dê aquela chacoalhada interna, certas marcas nunca vão sair de mim. Marcas que, de lambuja, deixam uma espécie de medo impresso no meio da testa. Medo que acaba me impedindo de tirar as rodinhas da bicicleta e sair pedalando sem me preocupar se vou dar de cara no morrinho de grama ou se vou, de repente, parar embaixo de um ônibus.

Até certa idade tive uma idéia falsa de que eu era imortal. Não era consciente, sabido e claro, mas fiz coisas sem pensar, agi na base do impulso, com uma vitalidade, força e coragem incríveis. Sem medo de quedas, deslizes e de ter para o resto da vida uma cicatriz de lembrança em joelhos, braços, rosto, mãos.


O peso da palavra

Você fez um trato, mas ele foi de boca, sem papel, assinatura, advogado ou testemunha. Vale? As provas concretas são inexistentes, a não ser a sua palavra-e a da outra parte envolvida. Vale? Não tem nada escrito, filmado, fotografado. Vale? Olha, pra mim vale. Trato é trato. Tudo pode ser conversado e ajeitado. Sou super a favor do diálogo. Posso dizer, “desdizer”, combinar uma coisa e depois voltar atrás. Desde que diga. Cresci ouvindo que as palavras têm poder. E acho que quem tem medo de se expor é extremamente imaturo. Crescer é enfrentar não só os nossos medos, mas ter a coragem de desafiar os nossos muitos eus.

É lógico que as atitudes contam, não basta falar e falar e ficar só no falatório e cruzar os braços lindamente pra ver o universo sentar ao seu lado e tomar um café. Você tem que agir. Mas falar é uma forma de ação. Por isso as palavras têm um peso enorme. Com uma simples frase você pode tornar o dia de alguém muito mais feliz, com uma palavrinha desencaixada você consegue ferir profundamente uma pessoa, e assim por diante.Eu tenho mania de falar sem pensar e isso acarreta uma série de mal entendidos. Em contrapartida, em algumas situações penso demais, perco a hora e falo bem tarde o que era pra ter sido dito muito antes do despertador tocar. Existe aquela coisa de momento certo, hora certa e outras coisas certas. Só que eu nunca fui certa e nem ligo pra isso.

Essa coisa de momento e hora e local e dia e jeito e forma não existe. Você fala quando tem vontade, quando se sente livre. Sim, nós precisamos estar livres pra fazer a voz sair. E se você não souber falar, escreva. Cante. Grite. Dance. Faça mímica. Mas coloque pra fora o que está atrás de uma grade pedindo pelo-amor-de-deus-me-deixa-sair.