sábado, 5 de fevereiro de 2011

lágrimas

Fiz uma descoberta impressionante: sou emocionalmente retardada. A filha da vizinha aqui do lado, que tem 4 anos, nove meses e vinte e cinco dias, deve ter mais cérebro do que eu. Aliás, o cérebro dela deve funcionar direito, o meu não.
Sinto vontade de puxar o meu cabelo quando penso em você. Morro de raiva de você. Sai do meu pensamento, por obséquio? Esqueci, você não entende o português. E nunca entendeu as minhas piadas, sempre tive que explicar duas vezes. Você mora longe e nem daria certo. Você nem gosta de loiras. Você prefere as mulheres de olhos claros.Você tem essa mania de ser todo certo e eu sou toda errada. E eu tenho medo do escuro e você me acha uma criança, que eu sei. E você me acha braba demais. Chata demais. Ciumenta demais. Acha que pergunto demais. Sai daqui, sai. Chato é você. Você me tratou mal, você fez com que eu não soubesse mais quem eu sou, que ódio, você fez com que eu me afogasse. Você me deixou de lado, fez com que eu me sentisse esquecível. Você mentiu pra mim. E me usou pra ver se esquecia outra pessoa. Você me magoou demais, seu otário. Você foi frio, seco, áspero, você fez com que eu baixasse da internet músicas de Sandy e Júnior e Odair José. Tem noção do que é isso? Estou no fim da breguice, não é nem no começo.
Sabe o dá mais vontade de puxar meu cabelo? Sei que você está bem. E sorrindo. E vivendo a porra da sua vida numa boa, sem pensar em mim. Claro, sou esquecível, não é mesmo? Você sequer pensou em mim, no que eu sentia, em como eu me sentia. Ai, que raiva de você! Meu coração está doendo. E eu chorei tantas vezes, muitas vezes, um quadrilhão de vezes e você nunca, em nenhum momento esteve aqui pra secar as minhas lágrimas e juntar os meus pedaços do chão. Você nem me trouxe um ouro branco. Você nem me deu um beijo. Você me empurrou da escada. Me deu um pontapé e nem virou pra perguntar se doeu. Você é mau. Você me trouxe um gosto estranho, aquele sabor que eu queria nunca mais lembrar: rejeição. A rejeição é amarga e arde a língua. E você não foi leal. E nem meu amigo. Eu cheguei a pensar que fôssemos amigos. Eu achei que a gente até podia ser um casal. E até usar aqueles colares bregas com as iniciais do nome do outro. Sei, eu estava doente. É, doente de amor mesmo, tô sabendo. E agora não tem ninguém do meu lado, nem você e nem ninguém. E nenhuma lembrança, nem rastro, nem nada de você. Tenho aquele elefante cinza de pelúcia que tem um olhar de peixe morto, caído e triste, que nem o meu agora. Que raiva de mim. E que saudade é essa de você?
Você não sabe amar. Você não sabe o que é amor e respeito. Você não é normal. Você gosta de quem te maltrata. A gente nunca daria certo. O amor, pra mim, é algo que te empurra pra cima, faz crescer, te dá força, te faz bem, te traz paz. Respeito é lealdade, é verdade, é se importar com o outro. É se preocupar, cuidar, tomar conta, fazer carinho. Amor não é jogo, não é labirinto, não é loucura, não é isso que ela diz que sente por você. Você está atormentando os meus pensamentos. Que raiva de você. E que saudade é essa de mim?
Sinto vontade de puxar o seu cabelo. Puxar o seu cabelo e te beijar e te morder até você morrer. E dizer que você não vale nada, é um otário careca e que não presta e é um babaca ridículo que me deixou escapar. O problema é que você não me deixou escapar, você quis que eu escapasse naquele dia, aliás, naquela noite em que você disse que estava saindo da minha vida pra sempre. E você nem voltou. Você nem ligou. Nem mandou mensagem. Nem e-mail. Nem scrap. Nem mesmo um "sinto saudade". Você saiu, bateu a porta e nunca mais abriu, nem espiou pela frestinha. Isso prova que eu sou mesmo mais uma na sua vida. E você disse que não queria me perder. E fez tudo errado, agiu como se quisesse. Eu te procurei e você fingiu que nem viu. Eu odeio você. Odeio. Mas penso em você quando toca aquela música, quando penso naquele filme, quando tô alegre, triste, feliz, deprimida, chorando, rindo. Penso nas coisas que eu queria contar e dividir com você. Penso em como as coisas eram e como podiam, um dia, ser. E eu sei que antes de dormir vou pensar em você e amanhã vou acordar com você no pensamento. Posso até sonhar com você. E vou tomar café com você na cabeça, caralho, você não podia ter ido embora assim. Seu filho da puta! Tô chorando, tá satisfeito? E tá dando aquela música “você desperdiçou o amor, você me complicou, usou, fugiu com a minha paz...”.

Está doendo, sabia? Ah, sai daqui.

PS. Se as minhas lágrimas fossem notas musicais, meu choro teria jeito de música bonita. Triste como a dor de agora, mas bonita como o que sinto por ti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário