segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Do outro lado da janela
Um dia ela quis ser grande. Tinha uns sonhos perdidos entre papel de bala e cachorrinho de pelúcia. Pensava alto, queria muito. Um dia ela quis crescer, morar numa casa bonita, ter um trabalho digno, filhos bochechudos e um amor bonito.
Ela gostava de desenhar, fazia ballet, quis ser médica, bailarina, cantora, pintora, atriz, advogada e mil e quatro coisas. Ela queria ser tudo. Então ela descobriu que as pessoas crescem e alguns sonhos ficam perdidos na infância. Outros viram sonhos-sombra: vão em qualquer lugar que você pise. Ela gostava de olhar pela janela e imaginar a sua vida no futuro. Visualizava cenas, diálogos, cenários, pessoas. E o amor bonito estava lá. Ela queria muito um amor bonito, não só bonito por fora: bonito de alma, puro de alma, fabuloso de alma. Ela sempre achou que o mais importante é a alma.
Um dia ela cresceu e pensou: taí a vida que eu quero para mim. Tinha o trabalho perfeito, a vida perfeita, os amigos perfeitos, a família perfeita e o amor perfeito. Perfeito em toda a sua imperfeição. Alma gêmea. Aquela alma bonita que ela tanto procurava. Eles se entendiam, ele ria de suas piadas, lhe ensinava sobre a vida, comportamento, lhe trazia paz. Ela era perfeita para ele. Perfeita em toda a sua imperfeição. Ela nem ligou quando disseram que o "pra sempre sempre acaba". Ela acreditava em amores eternos. Finais felizes. O seu pra sempre era sem fim. Era depois do fim. Além do fim. Nem tinha fim. O seu pra sempre era sempre mesmo.
Então, em uma ocasião que ela nem recorda muito bem, descobriu que o amor que possuía era verdadeiro, único, forte. Junto com isso percebeu que o seu amor do sorriso lindo não retribuía seu sentimento. Não fazia esforço para fazê-la dar sorrisos bobos, não queria abrir o coração e deixá-la morar naquele lugar quente e seguro. Ela descobriu que ele não queria lhe dar segurança e que amar era muito difícil para ele. Ela tentou de tudo. Fez coisas impublicáveis. Escreveu. Falou. Chorou. Pediu. Explicou. E ele se mantinha lá: irredutível. E com o sorriso cada vez mais bonito.
Ele tinha medo. E ela sabia que o medo faz parte do amor, tanto sabia que convivia bem com ele. Ela, o medo, o amor, os sonhos no meio das almofadas, o pensamento entre os cobertores e os desejos no travesseiro. Ela não se fixava no que não queria, ela sempre soube o que quis. Ele dava passos em falso, ela andava de forma certeira. Tinha certeza do amor. Tinha certeza que ele era importante demais em sua vida para deixá-lo ir embora sem fazer nada. Ela só queria amá-lo, ser importante para ele, deixar a vida se encarregar do futuro dos dois. Mas ele dizia não. Ele dizia não para ele e para ela.
A conclusão demorou para chegar mas, enfim, veio: o amor não foi feito para ser entendido. Nem julgado. Nem preterido. Ela entendeu, finalmente, que só quem não tem medo de arriscar entende o amor.
E assim ela espera ser feliz. Para sempre.
Ela gostava de desenhar, fazia ballet, quis ser médica, bailarina, cantora, pintora, atriz, advogada e mil e quatro coisas. Ela queria ser tudo. Então ela descobriu que as pessoas crescem e alguns sonhos ficam perdidos na infância. Outros viram sonhos-sombra: vão em qualquer lugar que você pise. Ela gostava de olhar pela janela e imaginar a sua vida no futuro. Visualizava cenas, diálogos, cenários, pessoas. E o amor bonito estava lá. Ela queria muito um amor bonito, não só bonito por fora: bonito de alma, puro de alma, fabuloso de alma. Ela sempre achou que o mais importante é a alma.
Um dia ela cresceu e pensou: taí a vida que eu quero para mim. Tinha o trabalho perfeito, a vida perfeita, os amigos perfeitos, a família perfeita e o amor perfeito. Perfeito em toda a sua imperfeição. Alma gêmea. Aquela alma bonita que ela tanto procurava. Eles se entendiam, ele ria de suas piadas, lhe ensinava sobre a vida, comportamento, lhe trazia paz. Ela era perfeita para ele. Perfeita em toda a sua imperfeição. Ela nem ligou quando disseram que o "pra sempre sempre acaba". Ela acreditava em amores eternos. Finais felizes. O seu pra sempre era sem fim. Era depois do fim. Além do fim. Nem tinha fim. O seu pra sempre era sempre mesmo.
Então, em uma ocasião que ela nem recorda muito bem, descobriu que o amor que possuía era verdadeiro, único, forte. Junto com isso percebeu que o seu amor do sorriso lindo não retribuía seu sentimento. Não fazia esforço para fazê-la dar sorrisos bobos, não queria abrir o coração e deixá-la morar naquele lugar quente e seguro. Ela descobriu que ele não queria lhe dar segurança e que amar era muito difícil para ele. Ela tentou de tudo. Fez coisas impublicáveis. Escreveu. Falou. Chorou. Pediu. Explicou. E ele se mantinha lá: irredutível. E com o sorriso cada vez mais bonito.
Ele tinha medo. E ela sabia que o medo faz parte do amor, tanto sabia que convivia bem com ele. Ela, o medo, o amor, os sonhos no meio das almofadas, o pensamento entre os cobertores e os desejos no travesseiro. Ela não se fixava no que não queria, ela sempre soube o que quis. Ele dava passos em falso, ela andava de forma certeira. Tinha certeza do amor. Tinha certeza que ele era importante demais em sua vida para deixá-lo ir embora sem fazer nada. Ela só queria amá-lo, ser importante para ele, deixar a vida se encarregar do futuro dos dois. Mas ele dizia não. Ele dizia não para ele e para ela.
A conclusão demorou para chegar mas, enfim, veio: o amor não foi feito para ser entendido. Nem julgado. Nem preterido. Ela entendeu, finalmente, que só quem não tem medo de arriscar entende o amor.
E assim ela espera ser feliz. Para sempre.
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Clarisse Corrêa
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