quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Deixa entrar;
Essa roupa não lhe serve mais. Você cresceu. Engordou. Ela saiu de moda. Ela diz como se eu não soubesse. A gente, normalmente, sabe quando uma coisa não serve mais. Finge que não, disfarça. Coloca aquela blusa velha, pequena, que mostra a barriga. É que ela costumava ficar tão bonita. Não ficava? As pessoas costumavam elogiar tanto. Talvez ela ainda sirva. A gente sabe. É que, mesmo com toda aquela ladainha de não poder se apegar a bens materiais. E, às vezes, nem a bens sentimentais. É que mesmo com toda aquela ladainha...é tão difícil. Deixa aí. Vai, não custa nada ficar dentro do guarda-roupa, no seu canto, certo? Não tem problema guardar uma coisinha ou outra. Deixa dentro do armário, no fundo da gaveta. Talvez eu não use agora, mas depois...quem sabe. Talvez eu emagreça. Talvez na próxima estação isso volte a ser fashion. Who knows. Deixa aí. Essa blusa da hello kitty que ganhei com doze anos, esse sapato com a sola desgastada. Ele ta velho, mas deixa eu te contar um segredo? É o meu favorito. Não uso, não tiro do lugar dele, não saio por aí desfilando e mostrando como ele ainda é útil. É útil, mas...não cabe. É que...eu gostava tanto. Tudo bem, deixa aí. Pode fazer falta.
A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto.
Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe.
Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.
Então, e aí? Vai arrumar a bagunça ou socar tudo dentro da gaveta?
A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto.
Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe.
Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.
Então, e aí? Vai arrumar a bagunça ou socar tudo dentro da gaveta?
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