segunda-feira, 22 de novembro de 2010
— Eu quero me matar.
(silêncio)
— Eu estou apaixonada.
— Você quer se matar porque está apaixonada?
— Acho que sim.
— Mas você só tem dezesseis anos.
— E o que que tem? Não sei quem foi que disse que a gente devia se
matar na adolescência, quando as coisas ainda são bonitas.
— As coisas não são bonitas?
— Não. Odeio cada pedra desta cidade. Cada porta. Cada casa. Cada
cara que passa por mim na rua. Odeio, odeio. Mas não se mate.
(silencio)
— Por favor.
— Por favor o quê?
— Não se mate.
— Ah, esquece. O sol está indo embora. Só falta um terço dele.
— Ninguém se mata por amor.
— Agora só tem uma lasquinha dele, bem vermelha.
— Olha, uma vez eu li um cara, um escritor chamado Cesare Pavese,
que dizia assim: “Ninguém se suicida por amor. Suicida-se porque o amor, não importa
qual seja, nos revela na nossa nudez, na nossa miséria, no nosso estado desarmado, no nosso
nada.”
— E o que aconteceu com ele, esse tal Cesare?
— Se matou.
(silêncio)
* muito minhaaa :(
(silêncio)
— Eu estou apaixonada.
— Você quer se matar porque está apaixonada?
— Acho que sim.
— Mas você só tem dezesseis anos.
— E o que que tem? Não sei quem foi que disse que a gente devia se
matar na adolescência, quando as coisas ainda são bonitas.
— As coisas não são bonitas?
— Não. Odeio cada pedra desta cidade. Cada porta. Cada casa. Cada
cara que passa por mim na rua. Odeio, odeio. Mas não se mate.
(silencio)
— Por favor.
— Por favor o quê?
— Não se mate.
— Ah, esquece. O sol está indo embora. Só falta um terço dele.
— Ninguém se mata por amor.
— Agora só tem uma lasquinha dele, bem vermelha.
— Olha, uma vez eu li um cara, um escritor chamado Cesare Pavese,
que dizia assim: “Ninguém se suicida por amor. Suicida-se porque o amor, não importa
qual seja, nos revela na nossa nudez, na nossa miséria, no nosso estado desarmado, no nosso
nada.”
— E o que aconteceu com ele, esse tal Cesare?
— Se matou.
(silêncio)
* muito minhaaa :(
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