sexta-feira, 19 de novembro de 2010
No fim das contas, eu não sou dona de nada. Nem dona do meu destino, nem do meu caminho. Nem do meu ar, nem do brilho que eu teimo em carregar no olhar. Nem dona da cor, nem do cinza, nem de nada. Nem do que é, nem do que passou ou do que virá. Nem dona das palavras, nem dos sentimentos. Nem dos momentos, nem dos meus medos. Nem dona do que eu penso que é meu, nem do que eu quero ganhar um dia. Nem do chão onde eu piso, nem dos pensamentos que já me fugiram e não voltam jamais. Nem dona da minha imagem, nem do que o espelho teima em refletir. Eu não sou dona de nada. Mas no fim das contas o que é meu sou eu e o sorriso que eu não levo guardado, levo estampado, como uma bandeira que eu faço questão de mostrar não sei nem porquê.
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