terça-feira, 29 de março de 2011
Se bastasse sentir
Estou perdendo a escrita. Vejo, aos poucos, as palavras me escapando do formato. Perco os argumentos, os artifícios, as ideias. Restam alguns conjuntos repetitivos de obrigações, quando o teclado me chama os dedos e, automático, escreve algo por mim.
Falo da vida como se fosse um verbo no passado, alguma coisa que costumava ser e hoje só me lembro. Falta tempo, falta apego, faltam laços e sobra essa mania de descrever o sentimento dos outros que não sabem dizer. Sobrevivo das lembranças, tão alheias e mais coloridas do que eram realmente, quando chamadas de presente. O que houve com o tempo de ser fútil? Cadê a leveza da sobra de tempo pra dormir depois do almoço? Tenho ficado velha e irritável, falta a paciência que só conviver com gente além do horário de trabalho cultiva dentro de mim.
Tenho fugido de papel e caneta. Escrever torna tudo real. Fico fugindo dos fatos, do futuro, dessas afirmações que são lógicas, mas injustas. A morte é muito injusta. As pessoas saindo de nossas vidas sem possibilidade de lutar contra, é injusto.
Eu não escrevo há mais de um mês e esse não é um bloqueio comum de criatividade. Tem dores que não devem ser verbalizadas. Tem dias que não devem ser escritos.
Falo da vida como se fosse um verbo no passado, alguma coisa que costumava ser e hoje só me lembro. Falta tempo, falta apego, faltam laços e sobra essa mania de descrever o sentimento dos outros que não sabem dizer. Sobrevivo das lembranças, tão alheias e mais coloridas do que eram realmente, quando chamadas de presente. O que houve com o tempo de ser fútil? Cadê a leveza da sobra de tempo pra dormir depois do almoço? Tenho ficado velha e irritável, falta a paciência que só conviver com gente além do horário de trabalho cultiva dentro de mim.
Tenho fugido de papel e caneta. Escrever torna tudo real. Fico fugindo dos fatos, do futuro, dessas afirmações que são lógicas, mas injustas. A morte é muito injusta. As pessoas saindo de nossas vidas sem possibilidade de lutar contra, é injusto.
Eu não escrevo há mais de um mês e esse não é um bloqueio comum de criatividade. Tem dores que não devem ser verbalizadas. Tem dias que não devem ser escritos.
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Verônica H
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