sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi profundamente. Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços, guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclamas de mim como se eu tivesse condições de me inventar de novo. Desculpa se te olho profundamente, rente a pele, a ponto de ver seus ancestrais em seus traços, a ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos. Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos, eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço, do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar vivo e permanecer te olhando profundamente!

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