terça-feira, 9 de novembro de 2010


Já parou para pensar que sou menina e sinto falta de carinho de homem ? Do homem que busquei e encontrei em você. Não coloque culpa na essência, pois nem cogito a possibilidade de querer te mudar, pois foi o teu olhar que me encantou, lembra ? Te aceitei e te quis com todos os teus pronomes, sujeitos, artigos e substantivos. E pra mim, só quis um verbo : QUERER. Bom, se você chegou até aqui e não teve vontade de me abraçar para mostrar que também me quer, eu entendo, só não me peça para transformar meu sentimento em um amor de amigo, para ficar por perto, não por enquanto. Se o teu humor não muda ao me imaginar nos braços de outro, se a vontade de me beijar não te faz me querer as vezes do teu lado e se principalmente você não se importa em abrir mão de mim, acho que chegou a hora do tal de meu conformismo chegar. Ainda acredito (ou quero acreditar) que dentro de você, assim como de mim, alguma parte lembra das horas que a gente se contava no telefone, do ciúme disfarçado em piada e dos sábados de saudade misturada com desejo e carinho. Não me deixa desistir, intercepte minha fuga e mostre que me quer também, que vale a pena lutar. Não quero ir, mas remar sozinha cansa. Não consigo simplesmente me sentar no barco de nós dois, esperando a maré do destino levar a gente para algum lugar, quando a única paisagem que importa é o teu rosto olhando para mim e na realidade o que eu vejo é você tentando sair do barco, preso por algo que mesmo agradecendo, não sei o que é, queria tanto descobrir que esse algo é o fundinho do teu coração dizendo que eu mexo com ele. Espero realmente que essa tentativa de salvamento não chegue até você como uma corrente de pressão e sim como uma ponta de esperança que insiste em não apagar e que você perceba que mesmo com intensidades tão opostas, existe um meio do nosso desejo se completar e nos satisfazer. Não desista, não desisto.

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