domingo, 5 de junho de 2011
Sim, amo-o como louca - respondeu ela, empalidecendo, como se fosse de dor. - Eu nunca amei você assim, Vânia. Eu mesma sei que estou louca e é ruim amar assim. Escute, Vânia: mesmo antes eu já sabia e até em nossos momentos felizes eu pressentia que ele me traria apenas sofrimentos. Mas o que fazer se agora até os sofrimentos causados por ele são uma felicidade? Acha que estou indo ao encontro dele para ter alegria? Acha que não sei, de antemão, o que me espera e o que vou suportar dele? Pois ele jurava que me amava, sempre fazia promessas; mas eu não acredito em nenhuma de suas promessas, não dou nenhuma importância a elas, e antes também não dava, apesar de saber que ele estava mentindo para mim e que ele não é capaz de mentir. Eu mesma lhe disse, eu mesma, que não quero prendê-lo com nada. Com ele, é melhor assim: ninguém gosta, e eu em primeiro lugar, de estar amarrado. Apesar de tudo, sinto-me feliz em ser sua escrava voluntária; suportar dele tudo, tudo, só por ele estar comigo, só para eu poder olhar para ele. Que ame outra, mas que continue comigo, que eu esteja ao lado dele... Isso é baixeza, Vânia?
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Fiódor Dostoiévski
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